Cá dentro , um vazio . Um aperto morto , quase persistente .
A ancia do teu toque é faca no meu peito .
O meu corpo treme , como se o amanhã não viesse , como se deveras tudo tivesse acabado , para sempre .
A dor não faz de mim infeliz , faz-me de mim nada . Acabo por ser neutra a tudo e a todos . Como se não me importasse , e a verdade é que não me importo .
A vida acabou ali , naquele dia , na varanda , com o vento . O vento levou-te .
Castiga-me . Castiga-me por não ter voado atrás de ti . Deixei-te ir .
Cada minuto na varanda , àquela hora , com o vento , faz-me recordar . Talvez .
Já pedi aos céus , ao Mar , à Lua , ao Vento e a ti . Já me questionei de tudo . 'PORQUÊ ?'
E quanto ao 'agora' ? E quanto a hoje ?
Mar , meu fiel companheiro :
Porque é que tu , mar , o levas de mim , e trazes as memórias de nós ?
Lua , minha guardiã :
Pedi-te para o guardares , mas não dentro de mim .
Vento , minha caixinha de segredos :
Não tragas a frangância dele na tua brisa , quando o retiras-te de mim .
Vou chorar um pouco mais , deixar escorrer lágrimas quentes de dor , de saudade .