quarta-feira, 23 de junho de 2010

23 de Junho de 2010 ( 15:04 )
"What about now ? What about today ? "


Cá dentro , um vazio . Um aperto morto , quase persistente .
A ancia do teu toque é faca no meu peito .
O meu corpo treme , como se o amanhã não viesse , como se deveras tudo tivesse acabado , para sempre .
A dor não faz de mim infeliz , faz-me de mim nada . Acabo por ser neutra a tudo e a todos . Como se não me importasse , e a verdade é que não me importo .
A vida acabou ali , naquele dia , na varanda , com o vento . O vento levou-te .
Castiga-me . Castiga-me por não ter voado atrás de ti . Deixei-te ir .
Cada minuto na varanda , àquela hora , com o vento , faz-me recordar . Talvez .
Já pedi aos céus , ao Mar , à Lua , ao Vento e a ti . Já me questionei de tudo . 'PORQUÊ ?'

E quanto ao 'agora' ? E quanto a hoje ?
Mar , meu fiel companheiro :
Porque é que tu , mar , o levas de mim , e trazes as memórias de nós ?
Lua , minha guardiã :
Pedi-te para o guardares , mas não dentro de mim .
Vento , minha caixinha de segredos :
Não tragas a frangância dele na tua brisa , quando o retiras-te de mim .

Vou chorar um pouco mais , deixar escorrer lágrimas quentes de dor , de saudade .

segunda-feira, 21 de junho de 2010

21 de Junho de 2010 ( 14:52 )
Escapatória.

O sol hoje não se pôs , manteve-se no véu da ignorância e da hipocrisia . Como é irritante a humilhação por amor .
O mundo não passa de um núcleo asqueroso , nojento , cheio de nada , de mentalidades vazias e de futilidade .
Sonhas com a perfeição , sonhas alto e a queda é maior , e o mais provável é cair . E erguer custa . É necessária a humilhação para nos erguermos .
E então (?) , o mal deste mundo é o ciclo vicioso da nossa natureza . Não temos culpa .
E se é da minha natureza ser-se hipocrita , humilhar-se , cair e erguer : eu sou a maior hipocrita , que se humilha ( sim , e muito ) para se erguer das suas maiores quedas . Porque luto , com o coração e a alma entregue , e luto para vencer .
Sou gladiadora e soldado , sou sobrevivente das mais sangrentas e violentas lutas da vida , sou heroína no meu mundo ( apenas mais uma , no nosso ) .
E o meu mundo é a minha casa , e na minha casa tudo é bem-vindo , logo : "pode entrar" .
A minha casa é aquilo que eu quer que seja , são os meus sonhos , realizados de alguma maneira , porque no meu mundo é impossivel não se ser feliz , e por isso às vezes estou à parte , 'com a cabeça noutro lugar' , porque no meu mundo , eu escapo à realidade .
E a realidade magoa .
Então escapo-me , para um canto , no meu mundo .

quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho de 2010 ( 09:49 )
Tempo Amaldiçoado
( não dá para esquecer )

És horrivel . Fazes-me mal .
Tempo que não me ajuda , que me impede de esquecer , que está amaldiçoado .
Quero tempo , tempo para mim . Desde quando és mais importante que eu ?
Tempo invejoso que guarda tudo para si , tempo que diz ao próprio tempo para demorar só um pouco mais , para me fazer sofrer só um pouco mais .
Quero apenas um curto tempo para esquecer . Não dá para esquecer . ' Tudo sara com o tempo '
Já passaram dias e nem sequer me mentalizei . É dificil .
O tempo está do teu lado , quer fazer-me crer que se calhar ainda vales a pena , que ainda há momentos para viver , sorrisos por descobrir .
Mas estou na corda bamba , com o risco de cair no abismo .
Tempo amaldiçoado , tira-o de vez do meu lado .

" custa-me muito continuar sem pedir "

segunda-feira, 7 de junho de 2010

7 de Junho de 2010 ( 17:45 )
Prometeste-me um dia a Lua .
( vejo-te pela janela )
Pela janela , o mundo , a Lua .
A Lua que um dia me prometes-te já não me sorri da mesma maneira . Errei ? Será isso ?
Minha guardiã , testemunha do meu ser , testemunha de nós . Não houve nós ?
Pergunta-lhe quando fui feliz .
Nos teus braços fui feliz .
Esses braços que hoje se foram , que me deixaram desamparada .
( Volta , volta para mim . )
Ela é testemunha . Testemunha do meu sorriso contigo . Do meu amor por ti .
( Não voltes , volta para mim . )
É tão impossivel dizer-te que não , o teu perfume é a chave .
Tu és a chave .
Lua , que estás tão alta , diz-me : Que sou eu ? Que sou eu sem ele ?
Sou cinza que voa na brisa sem direcção , sou nada .
Seguir .
Como brisa que voa , irei eu pousar num alto . E serei alguém , sem ti .
Lua , minha guardiã , guarda-o também .
Porque a partir de hoje não olharei mais pela janela .
" Não sei porquê você disse adeus , guardei o beijo que você me deu "

sábado, 5 de junho de 2010

5 de Junho de 2010 ( 21:58 )
Hoje sou ninguém ao pé de ti . Morri . Deixaste-me morrer .
Tenho o maior abstáculo de todos à minha frente , a vida . Como heide eu viver , se sou nada ?

O espelho reflete a imagem fraca do que me tornei , sofro na ausência pelo facto de ser ninguém . A minha vida é um filme dramático , odeio drama . Chega . Chega de lágrimas de desaforo . Chega de humilhação . Chega de me redimir , chega .
Mas chega mesmo .
No meu corpo nu , tal qual como é , sinto-me suja .
Olho-me nos olhos , no meu próprio reflexo e não me conheço . Quem és tu ? O que és não me agrada , assusta-me .
Tenho medo , medo do dia e da noite , da solidão e da confusão , medo tanto de ti quanto de mim . Tenho medo de amanhã ser o mesmo , ou até de mudar .
Estou confusa , porque não me deixam só ? Estas memórias não me deixam pensar , asombram-me a alma , e eu não sei se quero pensar . Pensar faz-me mal .
Mas preciso de estar comigo , sozinha e eu própria não me dou essa liberdade .

Quero tanto sorrir , voar .

" somewhere over the rainbow blue birds fly , if they fly , why can't I ? "