terça-feira, 20 de julho de 2010

20 de Julho de 2010 ( 22:38 )
Vazios.

Ao som de uma bela melodia, num canto a sós.

‘ (...) vazias, as mãos como os meus dias...’ E têm sido assim os meus dias , vazios.

Perdi a piada, acho. Como flor no escuro, encolhi-me e não consigo desabrochar. Sinto falta desse sentimento de renascer. Quero renascer.

O relógio continua com as suas pegadas sussessivas (tictac tictac) e eu sinto-me parada no tempo. Os ponteiros não param, eu sei. A vida continua a passar, e eu sei que estou a desperdiçá-la, eu sei.

O comboio descarrilou, foi tudo tão rápido. Foi tudo tão forte. Foi tudo tão doloroso, é ainda. Comprei o próximo ticket para o comboio de retorno. Vou dar meia-volta e encontrar-me a mim quando estava lá, e empurrar-me com força, dando-me a mim mesma força para continuar.

Fernado Pessoa, o GRANDE poeta diz num dos seus poemas, o meu favorito:

‘ A criança que fui chora na estrada,

Deixa-a ali quando vim ver quem sou;

Mas hoje, vendo que o que sou é nada,

Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-la? Quem errou

A vinda tem regressão errada.

Já não sei de onde vim nem onde estou.

De o não saber minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar,

Um alto monte, de onde possa enfim

O que esqueci, olhando-o, relembrar,

Na ausência, ao menos, saberei de mim,

E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar

Em mim um pouco de quando era assim.’

Talvez seja isto. Talvez seja isto o que sinto. É impossivel a descrição do que sinto. Estou perdida.

A vida é um labirinto, sonhei em encontrar o meu rumo, pensei até que o tinha encontrado. Desviei-me da rota certa. Estou novamento no cruzamento das três saídas, qual delas?

Na minha face escorre suor. Escorrem até lágrimas. O cansaço é brutal. Estou desgastada. Doi-me o corpo. Tenho os olhos raiados, pequenos, e de baixo deles duas covas bem fundas, negras. Estou caída no chão, sentada sob os meus próprios joelhos, com a cabeça baixa. Estou realmente cansada. É tarde.

Vou dormir.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

16 de Julho de 2010 ( 17:45 )

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou as estrelas caíram e qualquer sorte é bem-vinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.

Será que sabes que hoje é Domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da cor do olhar
quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.

Eu sei que tu estarás sempre por mim
Não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será,
Será,
Será!

Pedro Abrunhosa .

domingo, 4 de julho de 2010

04 de Julho de 2010 ( 23:20 )
OBRIGADA
02/07/2010 - 04/07/2010
És linda my little dude , minha Fragoso .
Muitos Momentos Nossos fazem de mim alguém melhor .
És perfeição , garota extraordinária que faz com que a queda pareça ser bem menor , mesmo até quando o fundo é o abismo .
És a minha cúmplice , caixinha de segredos . Ouves os mais terriveis desabafos de mim e entendes . Sou livre de pensar contigo , sou livre de o ser contigo e OBRIGADA .
Amo-te .