domingo, 28 de novembro de 2010

Tenho escrito para mim.
Tenho feito das letras mais vulgares palavras para me aliviar. Tenho escrito vezes sem conta o que me vai na cabeça de forma a despejar de uma vez o que penso, para poder não pensar mais. Tenho-me enfiado no armário, mordido um dos meus casacos e berrado. Já não choro com sentimento ou expressão, simplesmente caem lágrimas. Chego ao ponto de me perguntar «de onde vêm elas», porque já não sinto nada.
E é nesse momento que pego numa folha de papel, num lápis e começo com os meus rabiscos e letras soltas que me aliviam. Pego, também, no telemovel e ponho a tocar 'The Acrobat' repetidamente, porque a música e a melodia me fazem viajar. E aí viajo, riscando a folha cada vez mais ferozmente, chegando até ao ponto de a rasgar.
Respiro fundo, ponho pausa na música e abro a varanda para espreitar a Lua lá de fora. Sou invadida pela leve brisa gelada da noite e fecho os olhos. Tudo como se fosse uma resposta às minhas palavras soltas que me aliviam. Nesse momento estou tão bem. A minha face torna-se pálida, tenho o nariz vermelho e o meu cabelo voa com a brisa, sinto-me tão livre aí.
Depois o frio já é demais, e então volto de novo para o quarto, e aí a liberdade acaba, e volta tudo ao mesmo. E eu estou farta do «mesmo»

domingo, 14 de novembro de 2010

Balanço

Sento-me no chão frio do canto da sala, de olhos fechados e ouço uma melodia para relaxar.

Abstraio-me do que me rodeia e tento viver no meu pensamento. Penso no mar, nas ondas que vão e vêm. De o pensar sinto a sua fragrância. Inspiro suavemente e interiorizo em mim o cheiro do sal e da espuma do batimento da água na areia. De repente invade-me um calor interior, como se o pôr-do-sol se reflectisse em todo o meu corpo. Nesse momento estou completamente relaxada. Estou sozinha, comigo e com o que mais gosto. O meu pensamento leva-me a um mergulho e a um desabafo instantâneo no mar alto, onde já não tenho pé. Sinto-me tão livre lá, no meu pensamento. Sinto-me leve e fresca, como se nada me conseguisse alcançar e tocar. Ali estou bem, estou quente comigo. E o balançar das ondas é um amigo, e sei que ali ele não me larga, nunca. E há momentos em que me deixa ir mais longe, outros que me prende, e o balançar é meu amigo.

Sentei-me hoje no canto da sala para ir balançar, fechei os olhos, e pus a música a tocar. Contei para mim «1,2,3» e nada. Hoje não consegui chegar ao meu lugar de relaxamento, e fiquei aqui, com a cabeça zangada e incontrolada. Hoje não relaxei, e hoje não estou assim muito bem. E eu sei que só ficarei bem, no dia em que relaxar, mas para isso preciso conseguir lá chegar. Preciso chegar ao meu pensamento, e sonhar com o meu amigo balançar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Did you forget about me?

Did you regret ever standing by my side?

Our love is like a song, you can’t forget it at all.

And at last

All the pictures

Have been burned

And all the past

Is just a lesson

That we've learned

I won't forget it

Please don’t forget (…)

Our love is like a song

But you won’t sing along

You’ve forgotten

About, us.