domingo, 28 de novembro de 2010

Tenho escrito para mim.
Tenho feito das letras mais vulgares palavras para me aliviar. Tenho escrito vezes sem conta o que me vai na cabeça de forma a despejar de uma vez o que penso, para poder não pensar mais. Tenho-me enfiado no armário, mordido um dos meus casacos e berrado. Já não choro com sentimento ou expressão, simplesmente caem lágrimas. Chego ao ponto de me perguntar «de onde vêm elas», porque já não sinto nada.
E é nesse momento que pego numa folha de papel, num lápis e começo com os meus rabiscos e letras soltas que me aliviam. Pego, também, no telemovel e ponho a tocar 'The Acrobat' repetidamente, porque a música e a melodia me fazem viajar. E aí viajo, riscando a folha cada vez mais ferozmente, chegando até ao ponto de a rasgar.
Respiro fundo, ponho pausa na música e abro a varanda para espreitar a Lua lá de fora. Sou invadida pela leve brisa gelada da noite e fecho os olhos. Tudo como se fosse uma resposta às minhas palavras soltas que me aliviam. Nesse momento estou tão bem. A minha face torna-se pálida, tenho o nariz vermelho e o meu cabelo voa com a brisa, sinto-me tão livre aí.
Depois o frio já é demais, e então volto de novo para o quarto, e aí a liberdade acaba, e volta tudo ao mesmo. E eu estou farta do «mesmo»

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